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Os dados recentes divulgados pela SECEX/ME revelam um enigma no mercado de carne de frango in natura. Embora a terceira semana de julho (16 a 22, cinco dias úteis) tenha apresentado uma retração nas exportações, em comparação às duas semanas anteriores, com um volume exportado de 83.845 toneladas - uma média diária de 16.769 toneladas, que representa uma queda de 27,5% - o ritmo mensal continua robusto. 

O pulso firme das exportações se reflete na média diária dos primeiros 15 dias úteis do mês: 19.900 toneladas, praticamente a mesma média observada em junho do ano passado (uma ligeira queda de apenas 0,3%). Este ritmo atual de exportações está 11% acima do registrado no mesmo período do ano anterior, tornando-se o quarto melhor resultado dos últimos 15 meses. Considerando estes números, o volume total no mês chega perto de 298,5 mil toneladas, correspondendo a quase 80% do total exportado um ano atrás. Se esta tendência for mantida nos últimos seis dias de julho, o total mensal ficará em torno das 400 mil toneladas, repetindo o desempenho do mesmo período do ano passado. 

Contudo, o preço médio do produto é onde reside a surpresa. Julho do ano passado viu o preço da carne de frango in natura atingir um recorde histórico nas exportações brasileiras. Mas, desde então, os preços têm recuado, com apenas uma leve recuperação recente. Com um valor médio atual de US$1.961,70/tonelada - quase 12% abaixo do registrado há um ano - e um volume de exportação semelhante, a receita cambial do frango neste mês provavelmente será menor que a de julho de 2022. 

No entanto, apesar desse contratempo, a receita cambial acumulada no ano continua em crescimento, mostrando uma variação positiva de quase 8,5% em comparação com os sete primeiros meses de 2022. O volume embarcado, por sua vez, já ultrapassou em quase 6% o total embarcado entre janeiro e julho do ano passado, mesmo ainda restando seis dias úteis para o final do mês